quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Carnaval?


Dúvidas sobre o Carnaval que nos aflingem após a folia:

Onde surgiu essa festa afinal?
Por que o Carnaval sempre cai em dias diferentes todos os anos?
Afinal qual é o ritmo original do Carnaval? Samba? Axé? Marchinas? Frevo?
Pegação no Carnaval é traição?
Transei sem camisinha, e agora?
Qual o nome dela mesmo?
Aquele vômito de coloração rosa claro era meu?
Você estava lá? Sério?
Por que a Quarta-Feira de Cinzas se chama assim?
Por que eu tenho que trabalhar após o meio-dia na Quarta-Feira de Cinzas?
Por que todo paulistano vai pro litoral nesse feriado?
Por que todo povo carioca parece estar dentro do sambódramo no Carnaval?
Por que na Bahia o Carnaval não acaba?
É por que lá o tempo é mais preguiçoso?
Será que a Dilma pula Carnaval?
É verdade que o maior índice de natalidade pertence ao mês de Novembro?
Por que que até quem não gosta do Carnaval torce pra ele voltar?

E afinal, como você conseguiu chegar até o final desse besteirol nada americano?

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Estranha Intimidade


Não é de hoje que as eleições americanas causam um alvoroço na imprensa brasileira e mundial. Entendo que tudo o que acontence na terra de Tio Sam influencia diretamente nossas vidas e pode ter consequências cruciais para todo o mundo. Mas o que mais me intriga é a estranha intimidade que nossos jornalistas tratam o assunto. Manchetes irônicas, comentários apimentados, críticas quase que pessoais sobre acontecimentos e personagens do pleito americano me fazem questionar se realmente temos direito a esses pitacos. Será que os jornalistas tupiniquins conhecem o suficiente da história política americana? Será que todos eles já viveram o dia-a-dia daquele país? Será que eles tem idéia do que se passa na cabeça de um assalariado sulista americano?

Durante a imensa cobertura da eleição de 2008 vi, li e ouvi opiniões de pessoas que pareciam estar crentes de que estavam expressando exatamente o sentimento do cidadão dos EUA para nós brasileiros, mas que para mim não passavam de textos prontos, elaborados após algumas pesquisas na internet e de perceber qual seria a tendência da imprensa americana em relação aos candidatos e aos possíveis resultados. Digo isso porque sabemos quão complexo é o processo eleitoral de uma nação. E acredito ser muito difícil opinar sobre um tal processo no qual não fazemos parte, comentar sobre problemas que não conhecemos e acreditar numa "mudança" que não temos idéia de qual seja.

Quando ouvia nossos comentaristas políticos sobre a personalidade, as principais características, sobre a família, sobre o modo de governar, enfim, tudo que envolvia a disputa americana, me passava a impressão de que John McCain e Barack Obama eram dois cidadãos brasilienses e que disputavam a sucessão de Lula. Muito disso se deve ao misticismo de tudo que envolve os EUA. Todos nós queremos saber o que acontece por lá. Queremos novidades sobre o novo pacote econômico, queremos os lançamentos holywoodianos, queremos novas tecnologias e pesquisas de Oxford. Sim eles são importantes para o mundo e também para o Brasil, mas eu gostaria que uma eleição de outro hemisfério não ofuscasse as nossas próprias discussões, dos nossos próprios problemas e dos nossos próprios políticos.




O que você acha?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Saturamento de mercado

Após um tempo sem se ver um casal de amigos se reencontra. E na típica conversa de saber como cada um está eis que surge a pergunta:

_Está trabalhando? Em que?
_Estou, na verdade acabei de mudar de ramo. Desisti de jornalismo e resolvi estudar direito!
_Sério? Interessante... Mas você não gostou da área de jornalismo? Por que o direito?
_Ah, sabe como é, o jornalismo está saturado! E direito é uma profissão nobre, respeitada.
_E já encontrou algo na área de direito?
_Não, ainda não. Tem muita gente pra pouco emprego.
_Então o direito está saturado também?
_É. Não tinha pensado nisso.
_Porque não tenta moda?
_Moda? Está na moda fazer moda, aposto que essa área deve estar explodindo de gente!
_Humm, vamos ver... Medicina?
_Estudar 10 anos até poder trabalhar? Não mesmo! Até lá nem paciente mais vai existir pra eu tratar.
_Polícia? Culinária? Marketing? Que tal?
_Polícia, muito perigoso. Culinária, muito perigoso. Marketing , muitas pessoas perigosas!
_Pelo que você fala está tudo saturado! Ah! Tá sabendo que criaram milhares de vagas de vereadores? Por que não tenta se eleger?
_Eu? Vereadora? Agora você me ofendeu, o que você pensa que eu sou pra aceitar essa carreira cheia de sacanagem, corrupção, safadeza, dinheiro sujo, atividades ilícitas e etc e etc? Uma vagabunda?
_Não foi isso que eu quis dizer mas, você teve uma ótima idéia. Se há um mercado que não está saturado é o que as vagabundas atuam!


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Me julgue

Pode julgar o fato de eu comer um chiclete que caiu no chão. Não ligo se você disse que é nojento comer chocolate com feijão. Me dê um conselho careta depois que beber até cair e me diga que isso não leva a lugar algum. Comente com a vizinha que eu estou desempregado. Chame a polícia pra quando eu admirar alguém após o banho. Faça cara feia pra pornochanchada. Caras de 60 não amam garotas de 20. Eu gosto de futilidade. Sou egoísta. Digo a verdade. Odeio caridade. Só eu fico muito mais a vontade. Filosofia é ocupação barata. Geografia não me impressiona em nada. Inglês é universal, e daí?! Você tem corruptos na sua casa.

Não, eu não sou assim. Isso é o que dizem de mim. Todos os outros são muito piores. Eu não faço um terço do que eles fazem. Tenho a mente aberta e amo malabares. Coitadas das crianças na rua. A natureza é tão bonita crua. O sol, o mar, e eu. Poetas são gênios. Malucos excêntricos. Eu quero deitar na grama. Não quero dinheiro nem fama. Trapos são lindos em mim. Sandálias confortáveis. Bolsas de cetim. Ervas e aromas me levam. Me querem perto da relva.

Será possível? Eu ser assim. Quieto e falante. Calmo e vibrante. Orgulhoso e humilde. Amante do valor e do calor. Irado e de bom humor. Preocupado e relaxado. Gigante e humilhado. Dourado e de prata. Simples e elaborado. Velho e moço. Liso e escovado. Um espelho espelhado.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Selo - Olha que Blog Maneiro!


Pessoal, recebi um selo do blog Papo e Melodia (http://papoemelodia.blogspot.com/), este é um grande reconhecimento que recebi e fico muito feliz. Gostaria de deixar meu muito obrigado ao Danilo Fontes, dono do Papo e Melodia que me deixou este presente. Seu blog é ótimo Danilo e obrigado novamente. Parabéns!
.
As regras são:
1- Exiba a imagem do selo “Olha Que Blog Maneiro” que você acabou de ganhar!
2- Poste o link do blog que te indicou.
3- Indique 10 blogs de sua preferência.
4- Avise seus indicados.
5- Publique as regras.
6- Confira se os blogs indicados repassaram o selo e as regras.
7- Envie sua foto ou de um(a) amigo (a) para olhaquemaneiro@gmail.com, juntamente com os 10 links dos blogs indicados para vericação. Caso os blogs tenham repassado o selo e as regras corretamente, dentro de alguns dias você receberá 1 caricatura em P&B.
Os indicados são:
.
Até mais!

Indústria Fonográfica e suas peculiariedades


Muito se discute sobre o tempo de vida da indústria fonográfica. Uns dizem que ela já acabou, outros que está indo a falência, e há quem diga que ela ainda tem muito o que ganhar pelo mundo a fora. Isso só quem poderá responder é a própria indústria fonográfica. O que se pode concluir é que, se a indústria não está acabando, a qualidade com certeza está. As pessoas aprenderam bizonhamente a desgostar de música. Parece que tudo o que tem o mínimo de qualidade é imediatamente rejeitado pela grande massa. Mas o que fez isso acontecer?


Até onde posso me lembrar este desastre, pelo menos no Brasil, começou com um grupo chamado É o Tchan. Aquelas pessoas fizeram um sucesso incrível em um período relâmpago, empurrados pela legião de fãs conquistados em sua terra natal, a Bahia. A mistura da batida do Axé, das letras de conotação sexual e das duas dançarinas também com uma conotação traseira sexualíssima fez com que aquelas "músicas" virassem hits conhecidos por todo o país. Além das gravadoras lhe abrirem as portas, os cainais de TV e rádio foram contaminados com aquilo de tal forma que subconcientemente que até pessoas que não apreciavam aquele tipo de som decoravam as letras. A partir de então, as gravadoras tiveram um estralo, e viram que ali nascia uma mina de ouro. A fórmula era simples, "músicas" repetitivas e com duplo sentido + dançarinas gostosas, uma loira outra morena + batidas dançantes + programas televisivos dominicais = sucesso! E a fórmula foi repetida dando origem a outros muitos grupos idênticos ao precursor É o Tchan.


Mas como tudo que é bom dura pouco, o Axé barato ficou quase 10 anos nas paradas de sucesso, sustentados pelas vendas de CD e Shows sempre lotados. Após este período as gravadoras viram que o fenômeno bahiano estava perdendo força e tinha que buscar outra fórmula para poder lucrar. Eis que surge outro fenômeno, o Funk. Mudando o ritmo, aumentando a quantidade de dançarinas gostosas e colocando mais putaria nas letras eles conseguiram de novo empurrar outra montanha de porcaria nos nossos ouvidos. O que não faz um upgrade!?


E então eles foram surpreendidos! A internet chegou como um trator para cima das gravadoras. Tantos profissionais competentes, tantos anos de tradição, tantos astros lançados e ninguém, ninguém previu a Internet! De repente os CDs viraram estoque, o Faustão não dava mais disco de platina pra mais ninguém, os downloads gratuitos se espalhando como uma praga e além disso a pirataria espandida pela facilidade de conseguir toda e qualquer música pela web. Hoje as gravadoras estão correndo atrás do prejuízo e partiram para cima dos artistas sem escrúpulos. Estão exigindo porcentagem do cachê pago nos shows ao vivo, cortaram custos de divulgação dos CDs lançados e não investem mais em novos talentos. Uma atitude suicida na minha opinião. Do contrário do que fizeram o certo seria planejar o futuro e conquistar fãs fiéis e duradouros. Adimiradores do funk e axé não são consumidores potenciais a longo prazo. Artistas como Marisa Monte, Chitãozinho e Xororó, Paralamas do Sucesso, Skank, Titãs, Zeca Pagodinho, Ira e etc, que prezam pela qualidade de sua música independente do estilo, tem fãs incondicionais, carreiras longas sustentadas por eles e que levam consigo a força de uma imagem construida durante anos. Há milhares de oportunidades de negócio para este tipo de artista. Se a gravadora confeccionar suviniers, promoções, álbuns on line e outros artigos com os rostos ou nomes destes grupos terá resultados garantidos. Mas infelizmente a tão aclamada indústria fonográfica não está sabendo lidar com essa sua crise interminável. Continua se prendendo a MC não sei o que, a bandas de letras totalmente comerciais e facilmente decoráveis, e sambas de condomínio.


O que eu ainda espero ver é o renascimento da música, com a volta da poesia nas letras, dos arranjas criativos, da autenticidade na atitude dos artistas, a volta dos músicos de verdade, e finamente a volta do bom gosto!
Licença Creative Commons
A obra Assunto Popular Brasileiro de Diogo Dias foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada