Há coisas que não se consegue dissertar. Não se sabe cor, forma, duração, peso, tamanho, profundidade, diâmetro, densidade, intensidade. Sabe aquela Coisa? Que Coisa? Aquela! Não sei não.
É assim que acontece. Um belo dia de início, acredita-se que o sol vá perdurar até o cair da noite. Você que não está só, percebe que a chuva pode deixar nublado aquele cenário perfeito. O surpreendente é que a partir daí a Coisa aparece, dentro de você. Será que a Coisa queima? Será que ela resfria? Tira o ar? Não dá pra saber, só dá pra saber que a Coisa está lá. Ela é impermeável e ignora a má intenção da água que cai do céu. A cada gesto, a cada olhar a Coisa reacende e deixa o tempo andando devagar, em câmera lenta, pra te ajudar a tentar entender. Só que tentar entender uma Coisa dessas é tarefa desumana. É só sentir.
E quando alguém depois lhe pergunta: Como foi? Você responde: Sabe aquela Coisa?