Há coisas que não se consegue dissertar. Não se sabe cor, forma, duração, peso, tamanho, profundidade, diâmetro, densidade, intensidade. Sabe aquela Coisa? Que Coisa? Aquela! Não sei não.
É assim que acontece. Um belo dia de início, acredita-se que o sol vá perdurar até o cair da noite. Você que não está só, percebe que a chuva pode deixar nublado aquele cenário perfeito. O surpreendente é que a partir daí a Coisa aparece, dentro de você. Será que a Coisa queima? Será que ela resfria? Tira o ar? Não dá pra saber, só dá pra saber que a Coisa está lá. Ela é impermeável e ignora a má intenção da água que cai do céu. A cada gesto, a cada olhar a Coisa reacende e deixa o tempo andando devagar, em câmera lenta, pra te ajudar a tentar entender. Só que tentar entender uma Coisa dessas é tarefa desumana. É só sentir.
E quando alguém depois lhe pergunta: Como foi? Você responde: Sabe aquela Coisa?
segunda-feira, 29 de março de 2010
segunda-feira, 22 de março de 2010
Quero mais
Alegremente ria ao fim. Todo o alivio que me tomou. Depois de horas sem exatidão, tudo que eu mais queria era me levantar e me sentir, nem que fosse o mínimo, livre. Nao sei como alguns suportam ângulos no sol. Cheiro metálico das correntes que os prendem debaixo de outra mão. Longe é tudo onde não se consegue chegar, apesar de tentar.
obs: escrevi este microtexto em 23/01/2006. Não houve alterações no mesmo.
obs: escrevi este microtexto em 23/01/2006. Não houve alterações no mesmo.
segunda-feira, 15 de março de 2010
Até logo
Ele quis dizer o que sentia.
Sentia mas não via,
que o falar dela ele não ouvia.
Sinais postados a frente dos olhos.
Sem entender o óbvio.
Ingenuidade infanto juvenil
Ame, brinque e seja gentil.
Memórias de bons e quentes dias
De pele e de quadril.
Empolgação e euforia
O sol brilhava quando ela sorria.
O soro tem gosto de lágrimas
Como o Titãs dizia.
Mas ele não desiste.
Põe seu amor em riste.
Convencido que não há nada mais triste.
E que nem o céu é o limite.
Sentia mas não via,
que o falar dela ele não ouvia.
Sinais postados a frente dos olhos.
Sem entender o óbvio.
Ingenuidade infanto juvenil
Ame, brinque e seja gentil.
Memórias de bons e quentes dias
De pele e de quadril.
Empolgação e euforia
O sol brilhava quando ela sorria.
O soro tem gosto de lágrimas
Como o Titãs dizia.
Mas ele não desiste.
Põe seu amor em riste.
Convencido que não há nada mais triste.
E que nem o céu é o limite.
segunda-feira, 1 de março de 2010
O Tempo
A passagem, a marcação, as lendas, a mística. O tempo são só horas? Isso tudo cabe dentro de meses? Somos tudo e não somos nada. Somos uma dízima periódica de um cálculo sobre o mundo. Somos a principal coisa em determinadas situações.
O tempo é sábio, louco e médico. Ele ensina, ele faz se perder, ele cura. O tempo é Deus. Decide sobre todas as coisas de acordo com o que ele planeja. Mas não podemos parar e esperar as rugas contarem uma história sem muita atração. Como levamos o tempo e como deixamos ele nos levar muda tudo, porque aquele mesmo caminho pode demorar muito ou pode nem durar o suficiente pra se lembrar. E lembrar é a foto que o tempo tira e guarda na nossa alma. Mas o que fica é a lição de ser, sentir e sempre se banhar na calma. Na calma certeza de que nem tudo passa, o que vale a pena sempre fica, pra te fazer companhia num domingo chuvoso de verão.
O tempo é sábio, louco e médico. Ele ensina, ele faz se perder, ele cura. O tempo é Deus. Decide sobre todas as coisas de acordo com o que ele planeja. Mas não podemos parar e esperar as rugas contarem uma história sem muita atração. Como levamos o tempo e como deixamos ele nos levar muda tudo, porque aquele mesmo caminho pode demorar muito ou pode nem durar o suficiente pra se lembrar. E lembrar é a foto que o tempo tira e guarda na nossa alma. Mas o que fica é a lição de ser, sentir e sempre se banhar na calma. Na calma certeza de que nem tudo passa, o que vale a pena sempre fica, pra te fazer companhia num domingo chuvoso de verão.
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