sexta-feira, 17 de julho de 2009

Se a Terra parasse de girar

DE UM LADO

Após 7 horas e meia de trabalho a luz que entra pelas janelas do escritório não sofre qualquer alteração de intensidade. De repente dá-se conta de que já devia ter anoitecido e que o pôr do sol não deu o ar da graça. É estranho. O horário de verão está longe de seu começo e fim. A chefia levanta a tese de que os relógios estão errados e ordena que todos permaneçam trabalhando.
Depois de mais 2 horas aproximadamente a movimentação de saída já é grande, todos ignoram a claridade de meio dia e batem em retirada para suas casas. Em seus caminhos refletem sobre o que está acontecendo, elaborando teorias, alucinando. Quando chegam em seus lares encontram na TV comentaristas discorrendo sobre o que não fazem a menor idéia do porquê. No fim das contas pelo menos ficamos com o dia, onde a escuridão pode ser construida.


DO OUTRO LADO

O relógio desperta. São 6 e 30 da manhã, olha-se pela janela em busca do feiche de luz custumeiro da aurora, mas estranhamente ele não está lá. A dúvida faz pensar que talvez o tempo esteja ruim e que há nuvens carregadas no ceú. Ao levantar todos esperam o nascer do sol, e por volta das 11 horas já comenta-se que seja um eclipse inesperado. Uma nova descoberta? Acho que não. No segundo dia casas noturnas estendem seu turno. Nos meses seguintes estuda-se o que fazer com as flora. Há um alento. Ao menos temos mais horas de sono.




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