domingo, 21 de fevereiro de 2010

Vamos falar de publicidade

Não entendi o motivo de não ter escrito sobre publicidade ainda. Um assunto que eu penso, falo e reflito durante boa parte do dia. Talvez seja porque a atividade intensa de absorver conteúdo tenha me tirado o tempo necessário para desenvolver conteúdo. Depois das diversas prosas, que meus amigos não aguentam mais, sobre o fabuloso mundo encantado da propaganda, percebi que tenho muitas opiniões interessantes sobre o assunto. E quando digo interessantes não afirmo que são certas ou erradas, são apenas visões peculiares sobre algo que faz parte da cultura do brasileiro de maneira tão forte e que por vezes é tão pouco discutido fora da panela publicitária. Afinal, publicidade também é uma Assunto Popular Brasileiro.

Para começar podemos falar um pouco da mística criada em torno da atividade publicitária no Brasil. A primeira coisa que me chama atenção é a imagem que alguns adolescentes recém saídos do colégio tem do curso de publicidade. Na inevitável dúvida pré vestibular a cabeça do coitado vai de zero a cem em cinco segundos com a pressão de uma escolha que poderá (ou não) ditar o resto da sua vida. Pais, amigos, prós e contras de cada profissão, acabam gerando um turbilhão de dúvidas e a falta de informações, terminam gerando impressões que nem sempre condizem com a realidade de cada disciplina. Eles pensam: "Medicina é preciso sangue frio, psicologia é pra loucos, não vou fazer engenharia porque odeio matemática, direito tem que ler muito e administração vai me fazer um executivo, eu não quero ser executivo!". E depois pensam: "Publicidade! Sim, como não pensei nisso antes?! É isso mesmo, publicidade é moleza!". Mas o que os nossos ingênuos pupilos não sabem é que o publicitário tem que ter sangue frio, um pouco de loucura, que vai conviver com a matemática, vai ler tanto que vai virar míope e se quiser ganhar dinheiro terá que virar um executivo ou algo parecido. A rapadura é doce mas não é mole não. E é por isso que digo, esse ramo é para quem gosta, para quem respira e entende propaganda. O que não é difícil, precisa-se apenas de muita sensibilidade. Por que sensibilidade? Simples. Porque se lida com pessoas, seus sentimentos, crenças e princípios, só por isso. Portanto rapaziada que ainda não se decidiu, pense bem e pense muito, se conseguir fazer isso já é um grande passo para se tornar um publicitário.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Frases Comentadas Parte 6

"Somos o país mais preparado do mundo para encontrar o ponto G"
Luiz Inácio Lula da Silva - Presidente da República Federativa do Brasil




Encontrar o ponto G não é tarefa das mais fáceis. Sem nem um jantar, flores, uma boa conversa, preliminares e muito, muito carinho, é difícil chegar a esse tão sonhado objetivo. Nos tortuosos caminhos até o clímax nacional, necessidades e certos caprichos precisam ser supridos com elegância e capricho de um gentleman. Queremos que a porta seja aberta para entrarmos, que a cadeira seja puxada para sentarmos e que o jantar seja de bom gosto. Bom, pelo menos é isso que eu espero.

Nosso país tem muitas qualidades exuberantes. Belezas e riquezas naturais, bom solo, boa gente, nosso clima não sofre de austeridades de dons catastróficos, nossa moeda tem se fortalecido, a inflação já parece estar a sete palmos do chão e tudo mais, só que duas coisas me colocam não apenas uma, mas umas centenas de pugas atrás da orelha: a soberba e a desonestidade do político brasileiro. Eu e a torcida do Flamengo, sabemos que assuntos com alto poder de desviar o foco do que realmente importa, como a Copa do Mundo, pré sal e Olimpíadas, são apenas maquiagens de vernis que vem bem a calhar para os caras de pau que visitam Brasília de vez em quando. Não discuto a importância dos eventos citados, porém acho extremamente ingênua a impressão que temos de que tudo parece estar às mil maravilhas, só porque conseguimos tais feitos. A massa precisa acordar, senão vai virar macarrão.

Arruda, enchentes, crise do etanol, juros exorbitantes, burocracia desanimadora, carga tributária mais pesada que bigorna, constante aumento nos salários de parlamentares, corrupção descarada, previdência falida, impunidade. Tudo isso faz parte do que há de pior por essas bandas, mas nem por isso, são capazes de manchar nossa dignidade e vontade de que tudo dê certo. Falta alguém botar ordem na casa, porque o marido tem chegado muito bêbado e assim fica difícil encontrar o ponto G. Temos que parar de fingir o orgasmo e dizer que estamos com dor de cabeça até o Brasil se tocar e tratar melhor quem lhe ama.








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