segunda-feira, 27 de junho de 2011

Ela é uma Caixa

Ela é uma caixa
Com a tampa milímetro aberta
Que exala calma um perfume só dela
Doce, voluptuoso, aquele ao pé da orelha.
Deturpa-me os sentidos
Me leva para dentro
Faz-me boneco
Vítima de lampejos
Quebra minha rotina, brinca de me arruinar
Finjo que aceito
Para efeito de continuar.
Mas ela é uma caixa
De milímetro sempre a cerrar
Esconde desejos
Não se deixa bisbilhotar
Tremendo fastio
Porém incapaz de me quedar
São o teu cheiro e minha curiosidade
Para efeito de continuar.
E ela é uma caixa
E espaço tem
Falta saber o que guarda lá dentro
Ainda não guarda ninguém
De surpresa, de Pandora
De pele macia ou de papel
Ela é uma caixa que embala
Com carinho
O inferno ou o céu.
Licença Creative Commons
A obra Assunto Popular Brasileiro de Diogo Dias foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada