segunda-feira, 16 de maio de 2011

Ah, as minhas mãos frias.

Eu sei quando está frio. Sei, porque minhas mãos me contam. Meus dedos sentem antes de todo mundo que a temperatura está caindo. E como uma satisfação pueril, eu me orgulho disso. De ter mãos alertas às reviravoltas climáticas. Por que? A desculpa é tão inocente quanto eu sou. Porque acredito pio no ditado que dá aos seres de mãos frias um pulsante e escarlate coração quente. Podem ficar com esse sorriso de canto de boca, e dizer "nossa!". Eu não ligo. É um motivo bom o bastante para mim, um motivo lírico e que faz mais sentido do que qualquer explicação científica sobre a relação entre metereologia e epiderme. Prefiro assim. Inventar meu próprio universo, cercado de simbologia e significados, onde a razão é parte - e só uma parte - da minha íntima e única realidade. Gostaria muito de convidá-los a conhecer esse meu mundo. Mas ele está longe demais, dentro de mim.
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