domingo, 26 de setembro de 2010

Frases Comentadas Parte 7

"Que siga crescendo a avalanche de votos. (...) Há um bonito dia. Vamos, que a pátria espera"
                                                Hugo Chávez - Presidente da Venezuela




As orações acima foram tuitadas pelo segundo astro pop da política mundial, Hugo Chávez. Creio que não haja dúvidas sobre quem ocupa o primeiro posto. O cenário na Venezuela é de eleições legislativas e muita, mas muita desconfiança. A oposição venezuelana e o mundo temem a intervenção de Chávez no processo eleitoral, não dando chance aos adversários, e principalmente à democracia. Porém não se sabe exatamente o que se passa pela insana mente do líder bolivariano. A decisão de fraudar as eleições poderia ser um tiro no dedão do pé direito se essa ação fosse comprovada. Mas enfim, onde eu queria chegar com essa história toda? Na verdade, dei-me conta de que o voto é uma aposta em qualquer lugar do mundo. Onde se pode confiar no processo eleitoral não se pode confiar nos candidatos, e o mesmo acontece ao inverso ou ao mesmo tempo. Não confiar nem no poder das urnas, nem nos pretendentes a postular os tão sonhados cargos públicos realmente deve ser uma tristeza (maior que a tristeza tupiniquim). Mas como disse Chávez: "Vamos, que a pátria espera".  

domingo, 12 de setembro de 2010

Blasé

"Você é tão blasé!" disse ela ao descer do carro soltando o El Niño pelas ventas. Carlos não sabia exatamente o motivo de tanta irritação de sua companheira, não sabia sequer o que significava ser um cara blasé. Enquanto refletia sobre as possibilidades que, julgava terem algo a ver com o ataque histérico de Julia, ele viu do outro lado um senhor que já passeava pelos longínquos territórios da sexagenariedade. Carlos saiu do carro e foi ao encontro do velho homem, que sentado nas escadas que antecediam a porta principal de uma casa - provavelmente de sua posse - tranquilamente girando entre os dedos um caule seco de alguma flor do jardim que rodeava o espaço entre o meio fio e a porta. "Boa noite" cumprimentou Carlos estendendo a mão. "Boa noite meu filho" respondeu cordialmente o velho homem atendendo ao gesto. "Posso me sentar com o senhor? Ah perdão, me chamo Carlos por sinal". O velho homem balançou a cabeça, não se sabe se positivamente, pois não foi um movimento muito nítido, e então disse "Minha graça é Franz. E pode sentar sim, fique a vontade, mas não lhe garanto conforto, afinal não costumo receber visitas do lado de fora de minha casa." Carlos sorriu e sentou-se. Olhou para a casa de Julia e viu a janela de seu quarto acesa. Apontou para a janela e disse "Minha garota mora nesta casa, e aquela luz vem do seu quarto". Franz levantou o olhar para conseguir ver para onde o jovem apontava e perguntou "Por que então você não está lá, com ela?". Carlos respondeu "Na verdade não sei. Mas gostaria que o senhor pudesse me esclarecer algumas coisas. Não entendo as mulheres! Não adiantaria ser perfeito, elas não ficariam satisfeitas nem assim". Seu Franz riu alto de forma que sua ligeira gargalhada chegasse a ecoar pela rua deserta ajudada pelo fato de já ser tarde da noite. Presenteou Carlos com dois tapinhas no joelho e disse "Você acha sinceramente que estou sentado aqui, nas escadas do meu jardim às onze da noite, porque quero tomar um ventinho? Não meu jovem, não é por isso. Antes o fosse. Na atual conjuntura, estou começando a achar que ficar do lado de fora é até melhor. Elas (as mulheres) são assim mesmo, são uma sala lotada de gás onde a mínima faísca pode causar resultados catastróficos. Não adianta tentar entendê-las, não adianta tentar consertá-las, a vida as fez assim". Carlos olhou novamente para a janela de Julia e viu a luz se apagar. Voltou a atenção para Seu Franz e indagou "Pois é, tentar entender as mulheres é uma tarefa impossível. Mas eu queria entender pelo menos os xingamentos que elas utilizam. Hoje mesmo é ela (a Julia) me chamou de blasé! Que raios isso siginifica?" Franz levantou-se, descansou sua mão no ombro esquerdo de Carlos e disse "Quem liga? Elas leem tudo isso em alguma revista. O xingamento muda, porque a revista muda com o tempo, mas no final o recado é sempre o mesmo. Vai se acostumando, porque agora elas têm a internet, meu filho".        

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Porque o Movimento é Coletivo




Chega um certo momento na vida em que se percebe que a nossa existência é apenas um elemento de algo muito maior. Somos células de um organismo que não sabemos para onde vai. Achamos que não temos poder de mudar o rumo desse organismo, por diminuirmos nossa importância só por acreditar que uma célula não tem essa capacidade. E de fato não tem. Uma célula não altera nada nem ninguém. É preciso juntar-se com outras, e mais outras e mais outras. E então, quando se tem força suficiente para mudar o comportamento, o rumo, a vida, é hora de tomar uma atitude. E você deve tomar muito cuidado com o grupo de células em que vai se juntar. Há aquelas que se unem para estancar um sangramento e fechar o ferimento, mas também há aquelas que sem piedade constituem um câncer, talvez porque não tenham noção de que podem se afundar junto com o organismo caso ele padeça.



É por isso que um grupo de células muito bem intencionadas criaram o Movimento Coletivo. A ideia é simples, mas o desafio é grande. Em tempos de escassez intelectual na grande massa, o MO busca plantar as sementes do conhecimento e da cultura ao mesmo tempo em que mostra que a união pode sim mudar o ambiente em que se vive. A epidemia de ignorância que invadiu a sociedade tem cura, basta abrirmos os olhos do maior número de pessoas possível para que vejam a realidade e tomem consciência das inúmeras possibilidades de provocar uma mudança. Uma mudança de atitude que desperte a vontade de fazer parte ativamente desse algo maior que é o organismo. Porque apesar de não sabermos para onde ele vai, temos que mantê-lo vivo e cheio de saúde, pois nossa existência depende disso e se quisermos deixar um organismo melhor para as células futuras, precisamos fazer algo agora, antes que seja tarde demais.



Junte-se a esta causa. Para saber mais acesse o site www.movimentocoletivo.com.br e siga o Twitter @Mov_Coletivo.


Porque o Movimento é Coletivo.

sábado, 4 de setembro de 2010

Soneto Saudoso ou Vice-Versa

Sol e Lua
Seco e chuva
O tempo é volátil demais
Até com o que nos trás

Sempre acreditei no destino
É mais fácil ter um caminho
assim como um menino
que não quer parar de brincar

Não é sempre que chove
E quando chove talvez não molhe
A terra onde eu vou pisar

Também não é segredo
que eu tenho medo
quem nunca teve pode uma pedra arremessar
Licença Creative Commons
A obra Assunto Popular Brasileiro de Diogo Dias foi licenciada com uma Licença Creative Commons - Atribuição - Partilha nos Mesmos Termos 3.0 Não Adaptada